INTRODUÇÃO
O presente trabalho destaca as principais transformações do
espaço geográfico no contexto local da comunidade de Nova Esperança, localizada
no município de Várzea do Poço, estado da Bahia. Sabendo que este espaço
perpassa por um processo histórico local, torna-se preponderante retratar com
os idosos, a paisagem e suas transformações a partir da dinâmica cultural,
política, social e econômica.
Nesta perspectiva, a análise das modificações da paisagem
permite a compreensão de interação do homem frente as transformações do espaço
geográfico a partir da sua configuração no âmbito local.
Esse projeto tem como objetivo compreender as
modificações no espaço geográfico da comunidade de Nova Esperança, e reconhecer
a importância do idoso no espaço onde vive sendo este uma alternativa de
resgate do legado histórico espacial. As ações do projeto visam despertar no
idoso a compreensão das transformações do espaço.
Deixar para os idosos um convite a serem
parceiros, e assim, desenvolvermos uma postura crítica e dialética em relação a
observação do espaço diante das mudanças
históricas, culturais e sociais.
JUSTIFICATIVA
A
história e o espaço geográfico de Nova Esperança têm sido construídos por
pessoas que ao longo de sua existência, tem contribuído para a formação
sociocultural do município.
Emerge
então o desafio de se reconhecer o legado construído por essas pessoas e inseri-los
nas atividades sociais respeitando seus valores e partindo da premissa de que
são cidadãos agentes importantes já que nos transmitem experiências vivenciadas
na construção social.
Partindo
desse pressuposto, o grupo Vida longa (grupo de idosos de Nova Esperança) atua
como uma organização, cujo objetivo é incluir o idoso na participação das ações
sociais da localidade, reconhecendo-o como sujeito ativo e cidadão.
Portanto,
enquanto educadores e futuros geógrafos, reconhecemos a nossa responsabilidade
e função social, propondo através dessa atividade, a fim de despertá-los como
sujeitos participativos e integrantes da sociedade”.
OBJETIVO
GERAL:
·
Compreender as
modificações no espaço geográfico da comunidade de Nova Esperança.
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS:
·
Reconhecer a
importância do idoso como agente participativo na compreensão do espaço
geográfico.
·
Identificar o legado sócio
espacial no contexto geográfico de Nova Esperança.
·
Diferenciar os
arranjos espaciais da paisagem do passado e do presente.
REFERENCIAL
TEÓRICO
A
paisagem não tem nada de fixo, de imóvel. Cada vez que a sociedade passa por um
processo de mudança, as relações sociais e políticas também mudam, em ritmos e
intensidades variados. A mesma coisa acontece em relação ao espaço e à
paisagem que se transforma para se adaptar às novas necessidades da sociedade.
As alterações por que passa a paisagem são apenas parciais. De um lado, alguns
dos seus elementos não mudam – pelo menos em aparência – enquanto a sociedade
evolui. São testemunhas do passado, por outro lado, muitas mudanças sociais não
provocam necessariamente ou automaticamente modificações na paisagem. (SANTOS
1986. P.37).
Considerada em um ponto determinado no tempo, uma paisagem representa
diferentes momentos do desenvolvimento da sociedade. A paisagem é resultado de
uma acumulação de tempos. Para cada lugar, cada porção do espaço de tempo, na
mesma velocidade ou na mesma direção.
A paisagem, assim como o espaço, altera-se continuamente para poder acompanhar
as transformações da sociedade. A forma é alterada, renovada, suprimida, para
dar lugar à outra forma que atenda às necessidades novas da estrutura social.
Todos os que se iniciam no
conhecimento das ciências da natureza – mais cedo ou mais tarde, por um caminho
ou por outro – atinge a ideia de que a paisagem é sempre uma herança. Na
verdade, ela é uma herança em todo o sentido da palavra: herança de processos
fisiográficos e biológicos, e patrimônio coletivo dos povos que historicamente
as herdaram como território de atuação de suas comunidades. Num primeiro nível
de abordagem, poder-se-ia dizer que as paisagens têm sempre o caráter de
heranças de processos de atuação antiga, de remodelados e modificados por
processos de atuação recente. (AB’SABER, 2003. P.9).
A construção (estrutura, organização e
movimentos) geográficos de uma sociedade é o resultado das práticas sociais (LACOSTE, 1988).
São as práticas espaciais que constroem
as sociedades especialmente e criam a dialética de determinação que ao mesmo
tempo em que faz da sociedade o seu espaço faz do seu espaço a sua sociedade
(SANTOS 1978). As práticas espaciais são ações
que têm por base o binômio localização-distribuição, uma relação contraditória, analisada em texto anterior (MOREIRA,
1997). É o binômio localização-distribuição que garante o caráter geográfico da
configuração do espaço que as práticas espaciais dão à sociedade por meio delas construída.
No mundo exterior de cada indivíduo, há
uma parcela reservada à percepção de si mesmo. Trata-se da autoimagem, imagem
de si, eu, self ou autoconceito. São denominações diferentes que expressam o
mesmo fenómeno: da mesma forma que o indivíduo percebe e atribui valores à
realidade que o cerca, percebe e atribui significados a si mesmo, formando
gradativamente seu autoconceito, à medida que se relaciona com os outros e com
o ambiente. O conceito de componente alucinatório demonstra como nossas
percepções podem ser influenciadas por fatores internos, pessoais ou sociais,
que, na verdade, não têm nenhuma relação com o fato percebido (EDGAR MORIN,
2008).
DESENVOLVIMENTO
A paisagem pode ser natural ou cultural, para essa
conclusão o ser humano é um ator determinante. Ao focalizarmos a paisagem da
comunidade de Nova Esperança, intencionalmente falando das mudanças que
ocorreram na comunidade no decorrer do tempo de vivência dos clientes desta
oficina, que são moradores idosos daquela comunidade, é clara a busca pelos
destaques principais que fizeram com que a paisagem do povoado se modificasse.
As relações sociais dos moradores, as relações com o
meio, se firmam como principais fatores na transformação do espaço estudado, deixando
evidente que as paisagens do espaço onde há presença humana, passam o tempo
todo por grandes transformações, uma vez que as necessidades humanas em
conjunto com o trabalho humano impulsionam as alterações no espaço.
Para a compreensão das alterações da paisagem no espaço
geográfico, torna-se necessário, distribuir o estudo em escalas, a escolha de
uma comunidade de um município para a realização do estudo facilita o trabalho
e a compreensão. O geógrafo Milton Santos, no seu livro Espaço e Método afirmam:
O espaço
deve ser considerado como uma totalidade, a exemplo da própria sociedade que
lhe dá vida. Todavia, considerá-lo assim é uma regra de método cuja prática
exige que se encontre, paralelamente, através da análise, a possibilidade de
dividi-lo em partes. Ora, “a análise é uma forma de fragmentação do todo que
permite, ao seu término, a reconstrução desse todo.” (SANTOS,1985, página?)
Então, pode-se afirmar que ao analisarmos as
transformações no espaço de Nova Esperança pode imaginar que houve mudanças na
Paisagem de Várzea do Poço, na escala municipal
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