sábado, 23 de agosto de 2014

A PERCEPÇAO ESPACIALDO IDOSO NA SOCIEDADE ATUAL

INTRODUÇÃO
O presente trabalho destaca as principais transformações do espaço geográfico no contexto local da comunidade de Nova Esperança, localizada no município de Várzea do Poço, estado da Bahia. Sabendo que este espaço perpassa por um processo histórico local, torna-se preponderante retratar com os idosos, a paisagem e suas transformações a partir da dinâmica cultural, política, social e econômica.
Nesta perspectiva, a análise das modificações da paisagem permite a compreensão de interação do homem frente as transformações do espaço geográfico a partir da sua configuração no âmbito local.
Esse projeto tem como objetivo compreender as modificações no espaço geográfico da comunidade de Nova Esperança, e reconhecer a importância do idoso no espaço onde vive sendo este uma alternativa de resgate do legado histórico espacial. As ações do projeto visam despertar no idoso a compreensão das transformações do espaço.
Deixar para os idosos um convite a serem parceiros, e assim, desenvolvermos uma postura crítica e dialética em relação a observação do espaço diante das  mudanças históricas, culturais e sociais.




JUSTIFICATIVA

A história e o espaço geográfico de Nova Esperança têm sido construídos por pessoas que ao longo de sua existência, tem contribuído para a formação sociocultural do município.
Emerge então o desafio de se reconhecer o legado construído por essas pessoas e inseri-los nas atividades sociais respeitando seus valores e partindo da premissa de que são cidadãos agentes importantes já que nos transmitem experiências vivenciadas na  construção social.
Partindo desse pressuposto, o grupo Vida longa (grupo de idosos de Nova Esperança) atua como uma organização, cujo objetivo é incluir o idoso na participação das ações sociais da localidade, reconhecendo-o como sujeito ativo e cidadão.
Portanto, enquanto educadores e futuros geógrafos, reconhecemos a nossa responsabilidade e função social, propondo através dessa atividade, a fim de despertá-los como sujeitos participativos e integrantes da sociedade”.

OBJETIVO GERAL:
·         Compreender as modificações no espaço geográfico da comunidade de Nova Esperança.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
·         Reconhecer a importância do idoso como agente participativo na compreensão do espaço geográfico.
·         Identificar o legado sócio espacial no contexto geográfico de Nova Esperança.
·         Diferenciar os arranjos espaciais da paisagem do passado e do presente.


                                    REFERENCIAL TEÓRICO

       A paisagem não tem nada de fixo, de imóvel. Cada vez que a sociedade passa por um processo de mudança, as relações sociais e políticas também mudam, em ritmos e intensidades variados. A mesma coisa acontece em relação ao espaço e à paisagem que se transforma para se adaptar às novas necessidades da sociedade.
          As alterações por que passa a paisagem são apenas parciais. De um lado, alguns dos seus elementos não mudam – pelo menos em aparência – enquanto a sociedade evolui. São testemunhas do passado, por outro lado, muitas mudanças sociais não provocam necessariamente ou automaticamente modificações na paisagem. (SANTOS 1986. P.37).
          Considerada em um ponto determinado no tempo, uma paisagem representa diferentes momentos do desenvolvimento da sociedade. A paisagem é resultado de uma acumulação de tempos. Para cada lugar, cada porção do espaço de tempo, na mesma velocidade ou na mesma direção.
          A paisagem, assim como o espaço, altera-se continuamente para poder acompanhar as transformações da sociedade. A forma é alterada, renovada, suprimida, para dar lugar à outra forma que atenda às necessidades novas da estrutura social.
             Todos os que se iniciam no conhecimento das ciências da natureza – mais cedo ou mais tarde, por um caminho ou por outro – atinge a ideia de que a paisagem é sempre uma herança. Na verdade, ela é uma herança em todo o sentido da palavra: herança de processos fisiográficos e biológicos, e patrimônio coletivo dos povos que historicamente as herdaram como território de atuação de suas comunidades. Num primeiro nível de abordagem, poder-se-ia dizer que as paisagens têm sempre o caráter de heranças de processos de atuação antiga, de remodelados e modificados por processos de atuação recente. (AB’SABER, 2003. P.9).
A construção (estrutura, organização e movimentos) geográficos de uma sociedade é o resultado das práticas sociais (LACOSTE, 1988).
São as práticas espaciais que constroem as sociedades especialmente e criam a dialética de determinação que ao mesmo tempo em que faz da sociedade o seu espaço faz do seu espaço a sua sociedade (SANTOS 1978). As práticas espaciais são ações que têm por base o binômio localização-distribuição, uma relação contraditória, analisada em texto anterior (MOREIRA, 1997). É o binômio localização-distribuição que garante o caráter geográfico da configuração do espaço que as práticas espaciais dão à sociedade por meio delas construída.
No mundo exterior de cada indivíduo, há uma parcela reservada à percepção de si mesmo. Trata-se da autoimagem, imagem de si, eu, self ou autoconceito. São denominações diferentes que expressam o mesmo fenómeno: da mesma forma que o indivíduo percebe e atribui valores à realidade que o cerca, percebe e atribui significados a si mesmo, formando gradativamente seu autoconceito, à medida que se relaciona com os outros e com o ambiente. O conceito de componente alucinatório demonstra como nossas percepções podem ser influenciadas por fatores internos, pessoais ou sociais, que, na verdade, não têm nenhuma relação com o fato percebido (EDGAR MORIN, 2008).


DESENVOLVIMENTO
A paisagem pode ser natural ou cultural, para essa conclusão o ser humano é um ator determinante. Ao focalizarmos a paisagem da comunidade de Nova Esperança, intencionalmente falando das mudanças que ocorreram na comunidade no decorrer do tempo de vivência dos clientes desta oficina, que são moradores idosos daquela comunidade, é clara a busca pelos destaques principais que fizeram com que a paisagem do povoado se modificasse.
As relações sociais dos moradores, as relações com o meio, se firmam como principais fatores na transformação do espaço estudado, deixando evidente que as paisagens do espaço onde há presença humana, passam o tempo todo por grandes transformações, uma vez que as necessidades humanas em conjunto com o trabalho humano impulsionam as alterações no espaço.
Para a compreensão das alterações da paisagem no espaço geográfico, torna-se necessário, distribuir o estudo em escalas, a escolha de uma comunidade de um município para a realização do estudo facilita o trabalho e a compreensão. O geógrafo Milton Santos, no seu livro Espaço e Método afirmam:
O espaço deve ser considerado como uma totalidade, a exemplo da própria sociedade que lhe dá vida. Todavia, considerá-lo assim é uma regra de método cuja prática exige que se encontre, paralelamente, através da análise, a possibilidade de dividi-lo em partes. Ora, “a análise é uma forma de fragmentação do todo que permite, ao seu término, a reconstrução desse todo.” (SANTOS,1985, página?)
Então, pode-se afirmar que ao analisarmos as transformações no espaço de Nova Esperança pode imaginar que houve mudanças na Paisagem de Várzea do Poço, na escala municipal

Nenhum comentário:

Postar um comentário